Quem precisa de moinhos de vento?

Cristiano Alves
5 min readMay 19, 2020
Ilustração do artista russo Vassiliy Lojkin

O gênio da literatura Miguel de Cervantes escreveu uma obra fabulosa, Dom Quixote, uma crítica à figura do cavaleiro medieval. Nela o cavaleiro vê dragões em moinhos de vento, que devem ser combatidos de forma fanática e com um furor. Infelizmente, no dia 17 de maio, esse fanatismo recebe patrocínio oficial e tem até um nome, “Dia Internacional do combate à LGBTfobia”. Ora, mas onde está esse terrível “dragão”?

O Brasil é um país extremamente tolerante quanto a homossexuais, mais do que isso, ele é vanguardista nesse quesito, se é que isso é algo para ser comemorado. No Brasil inclusive há comunidades de homossexuais estrangeiros supostamente perseguidos em seus países, eles veem o Brasil como um paraíso, aqui eles não perdem o emprego por causa de sua escolha e nem são enforcados como no Irã, ou fuzilados como em muitos países de maioria negra.

Desde o fim da Inquisição, o ato homossexual não é considerado crime no Brasil, aliás, quando surgiu o Brasil enquanto Estado soberano, nenhuma legislação penal (exceto a militar) citou o crime de “pederastia”. Enquanto isso, na Inglaterra vitoriana, o homossexualismo era severamente punido, no século XIX. No Bloco Socialista o homossexualismo era perseguido pela lei e seus praticantes podiam, na “melhor” das hipóteses ser internados em clínicas psiquiátricas, ele era visto como um ato antissocial, anticomunista, uma “manifestação de decadência burguesa”. No Brasil, todavia, as coisas eram bem diferentes.

Ainda no século XIX, foi lançado um romance homoerótico, “O bom crioulo”, no qual um marinheiro negro, forte, tem um caso de sodomia com um marinheiro loiro, quando este se apaixona por uma prostituta, a situação se complica. No Rio, por muito tempo, imperadores e presidentes jamais mexeram com as chamadas “casas de bichas”, isto é, travestis passivos, que prestavam serviços sexuais a homens “homossexuais por ocasião”, isto é, devido a um forte teor sexualmente repressivo, homens solteiros e mesmo casados interessados “na outra cavidade” recorriam às “bichas” para satisfazer seu descontrole. Um famoso atleta afirma que teve sua iniciação com uma “bicha que o time todo comia”.

No plano cultural, o Brasil conheceu nomes como Madame Satã, Ney Matogrosso, Cazuza, Edson Cordeiro e outros cuja sexualidade não os privou da fama e do sucesso material. É claro que por serem uma minoria, eles jamais estiveram representados em larga escala, assim como os ruivos, por exemplo. Alguém já viu um presidente ruivo? Um juiz, governador ou deputado ruivo? Cadê a representatividade, minha gente? Afinal, os ruivos foram perseguidos pela Inquisição, e segundo o Barão de Montesquieu, no Espírito das leis, e estudiosos do Egito Antigo, os ruivos eram tidos como emissários do infortúnio, do caos, das tempestades e da inveja, razão pela qual eram queimados ou enterrados… vivos!

É curioso que com tantos séculos de perseguição, bullying na escola e falta de representatividade no Brasil essa minoria não seja alvo de nenhuma política social, de nenhuma lei que os protejam de alguma “fobia” ou que não tenham tanta atenção em páginas de governos estaduais ou do governo federal, não?! Bem, de fato houve uma tentativa de comemorar em São Paulo o “Dia mundial dos ruivos” (verdade que em sua maioria eram morenas com o cabelo tingido de ruivo), e essas adeptas da tintura foram por isso taxadas de “racistas”.

Todos esses fatos foram necessários para demonstrar como é fácil manipular dados e informações para promover uma agenda política. É verdade que o Brasil prioriza o princípio da dignidade humana, princípio que aliás veio da ONU, criada pelos vencedores da Segunda Guerra Mundial, dentre os quais a União Soviética. Todos esses países vencedores criminalizavam o homossexualismo de diferentes formas, no RU a pena era a castração química, na URSS a pena eram trabalhos corretivos (leia-se GULAG), nos EUA não só era punido o homossexualismo como até os dias atuais é punida a propaganda dele para menores de idade em certos estados, assim como em certos condados da Austrália, membro da Comunidade Britânica. Logo, não existe nada que diga que a proibição do ato homossexual ou de sua propaganda seja violação do princípio da dignidade humana, esse é um pensamento moderno criado por círculos políticos americanos e europeus, pelos grandes capitalistas da Open Society Foundation, do oligarca George Soros, pior do que isso, é “engenharia social”.

O termo “homofobia” é um neologismo dos anos 70 que descrevia um comportamento irracional que leva um indivíduo a cometer crimes contra um adepto de Sodoma, porém hoje basta que alguém não se manifeste a favor do uso de recursos públicos para movimentos identitários que esse alguém será rapidamente taxado de homofóbico e de fascista (Georgiy Dimitrov se revira em sua tumba). No dia 16 de maio de 2020, a Rádio Svoboda, fundada pela CIA, proclamou que Hitler e o fascismo foram vencidos por “soldados do Exército Vermelho LGBT”. Agora, segundo os manipuladores e falsificadores do movimento LGBT, a queda do Reich foi inspirada pela sacrossanta sodomia, segundo o seu credo, eles são o “motor do progresso” e por isso todos que não se curvam a eles são “homofóbicos racistas”. Todo movimento que aspira ao poder totalitário sempre dirá que foi “historicamente perseguido”, “fomos oprimidos, por isso temos que nos vingar e quem não está conosco, está contra nós”.

Não é a tradição que deve se dobrar ao “progresso”, mesmo por que não há aí progresso algum, é a novidade que deve respeitar a tradição! Exatamente por isso entendemos como absolutamente estranhas qualquer acusações de “homofobia”, o que existe é um poder de polícia dado a agentes conscientes ou não de potências imperialistas. Para os donos do Capital, os chamados “LGBT” são uma massa de manobra fácil de ser controlada para que estes possam intervir na soberania nacional dos povos. O chamado “Dia mundial contra a LGBTfobia” deveria ser investigado e condenado como um ato de intervenção na soberania nacional.

Somos contra o preconceito e a discriminação, contra crimes contra qualquer pessoa, razão pela qual sempre existiu o Código Penal, entendemos que os homossexuais não têm nada a reclamar.

O chamado “Dia mundial contra a LGBTfobia” nada mais é do que um grande moinho de vento que reúne grandes capitalistas e juristas que “topam tudo por dinheiro”, e que por ele estão dispostos a cuspir na ética, na moral, nas tradições do povo brasileiro e tentam enfiar goela abaixo o que Engels chamou de um “programa podre”. Não se trata de uma questão de “combate à discriminação” ou “luta por direitos individuais”, isso é política totalitária! A qualquer violação de nossa cidadania e tentativa de intervenção dizemos um grande NÃO!

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